quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Dança da menina

Não pretendo me entender,menos ainda,que os outros me entendam.Não quero um sonho,acredito em vários.Não sou certa ou errada, boa ou má.Sou feliz,ainda que nem sempre alegre.Sou voz, palavras(escritas e faladas),curvas,cores,cheiros e olhares.Sou mundo,sendo um nada, que nele se encontra. Sou vida e morte.Olá,até logo,Adeus.Tenho sim uma pretensão: ser ontem,hoje e amanhã.Sou verdade e mentira.Tenho um rosto e várias máscaras.Acredito no amor, mas até hoje, vivencio a carne.Sou pernas e mente.Idealizo sapos e desvirtuo príncipes.Sou loucamente normal.Preciso de sorrisos.Acredito em promessas e cumpro aquelas que me são possíveis.Completamente imperfeita.Bebo quando preciso,choro quando não encontro no álcool o que procuro.Sou dia por convenção e noite quando consigo burlar as leis.Beija-flores me remetem à liberdade,por isso os tenho como referencial.Gosto de filmes,mas prefiro os livros.Gosto de moda mas prefiro a minha.Gosto das cores da tarde.Me acomoda o cheiro dos sinos e o som do café.Recordo igrejas, janelas,areias e lugares precisamente especiais.Quartas feiras me agradam , segundas des.Durmo sempre coberta,preferindo noites chuvosas.Fotografias são boas lembranças mas são os pequenos detalhes que fazem a diferença.Tenho amigas que rotulo como meu sempre e amigos que sabem do que estou falando.Meu pai é musica,minha mãe é manhã.Meu irmão ,boas risadas. Especial é a palavra exata para minha família,ironia define meus primos, enquanto paciência é a palavra cujo o significado eles sempre me fazem relembrar. Dispenso a indiferença. Morar sozinha só é bom nos primeiros meses.Saudade é a palavra que mais faz sentido e o sentimento que mais amadurece.Sair de casa é cometer muitos erros e alguns acertos.Tenho muitas perguntas e poucas respostas.A cada dia,menos ilusões habitam meu eu.Espero pouco dos outros,mas ainda espero.Talvez tolice,talvez...Já chorei por alguém e sorri por muitos.Escrevo,escrevo e escrevo.Sem sentido,defino por meio de rabiscos o indefinível.
































terça-feira, 2 de agosto de 2011

Você lembra?

Esquece que o tempo aquece
Esquece pra quem AMAdurece
Esquece,se acesse

Esqueça,desapareça
Esqueça o que (h)aconteça
Esqueça Esqueça

E queç
E qu
E  u

terça-feira, 21 de junho de 2011

Pleonasmo : Eu, São João

Chega de sinos!O som toca incessante em tudo que escrevo junto ao frio paralelo as ruas desdobradas. Quero que eles ouçam. Vocês ouvem? Uma vem de luz,é colo de flor e abraço de árvore apertados em cipós. Outro é doce como cana e forte como cachaça.Carinho.Há um que se faz poesia e anda tal qual, vagando a noite para casa. Saudade.Tem o que é luz e ciano unidos,céu?! Se não o for, imita com proeza. Há a lucidez insana que de tão lúdrica, ensandeci.E aquela que brinca com os olhos de criança,sonha com o vestido branco todas as noites.Também o convicto,que se faz texto em seus rabiscos,rascunhos e obras.Tem mais um,o que estampa meu sorriso só no falar e comer o que os mortos já não podem.Vocês ouvem?Pois sim, eu os ouço constantes.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Tempo : Pra se não ler

"Mas o que eu quero mesmo é te abraçar...
Tudo bem já esperei até agora,
Tanto faz um dia ou mesmo uma hora..."



Enquanto ouvia a música gostaria de despejar todo o desejo em um copo com Whisky e lhe sussurrar um segredo : "Você não me faz mau!". Mais não.Mas não.Fechava os olhos e naquela escuridão precisou gritar pra que ninguém ouvisse. Depois tudo rodou.Pensava em vomitar todos os porquês ou porque não. As respostas não vieram. O tempo,a falta.A covardia,o excesso dela.O tempo,quando tiver tempo,se ocupará das resposta.De qualquer modo ou modo algum: obrigada por aquele tempo.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Trinca-doce Trinca-doce

Eu quero o frio
Daquela cidade
Batuque de sino
Toca vontade

Quero o cheiro
Açucareiro
Doce,gelado
Achocolatado

Bochechas rosadas
Bocas trincadas
Mãos de veludo
Pés e escudos

Quero amor com gelado
Nada passado
Ferro requentado
Alisa o errado

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Os olhos de criança brincavam sem rumo e só o que  o denunciava era perna que não sarava. Os amigos o rodeavam com todo o cuidado de um amor inconfundido.Aqueles dois se abraçavam. Amigos. Haviam duas também.A mais velha tinha uma doçura,como de mãe. A outra,mais nova, olhar de ternura, de sonho.O do meio era carinho.Não que eu houvesse passado tempos e tempos ali mas gosto de pensar em como seria.As palavras agora fogem mas lembro de sentar no sofá e me esquecer.Tempo.
Aquele olhar não entendia ou nunca quis entender mas ainda tenho o sorriso.Ele devia sorrir mais.Não por razão qualquer,apenas por razão de ser o que se é. 
Escrevo quando quero e por me fazer entender, espero que entenda.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Vulgo, Fuga

Hoje as rimas fugiram
Os signos,as belas
Não despediram
Saíram das celas

Amanhã não é
Ontem será?será?
O dia carrega
Aquilo que selará

E agora??E agora??
A palavra mora
O verso aflora
Tudo lá fora

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Amo tanto e de tanto amar....

Aquela frieza me abraça com todo o calor que sente.As lágrimas que nunca quis mostrar tornam constantes um Adeus que não se quer dar.Os detalhes são indispensáveis e as risadas inevitáveis.Cada momento agora é único e aquele chão riscado com lembranças são toda minha herança.Às paredes pendura-se uma bandeira e retratos...
Retrato ele que aconselha,que revigora.Outro que acolhe.Aquele que amigo é dormindo ao lado.Coisas que deram errado,hoje são bens amados.Os dias irão mudar mas ela ainda estará.Sonhadora demais, aprendo a viver com quem não confia mais.
Adormeço e logo percebo
Irei voltar...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Desejo de saudade

Um cheiro de saudade invadia todo o cômodo e enquanto ela se virava para sonhar,sonhava em acordar.
Lá,o sino próximo, tocava.O aroma de macarrão instantâneo misturado com uma poeira- que toda a faxina semanal não tirava-permaneciam.O chuveiro,por vezes quente demais e outras frio,ainda pingava.Todas aquelas garrafas de água se perdiam em meio as roupas largadas.O tapete continuava ali,branco.E a recordação do cachorro também.As horas batiam e a cada quarto a igreja avisava.O amianto sempre aumentou a sensação de efeito,não culpe o sol.A lua anuncia a reunião.Hora de ir.Hora de chegar.Os risos anunciam o afeto e o sino ainda toca cada vez mais perto.Aqueles dois guiam o caminho.É hora de ir.Os perfumes confirmam!O telefone toca e a palavra saudade refaz sentido.É hora de dormir.Hora de sonhar.
Aqui,o barulho dos carros incomoda.A via está logo aí.Não exitem roupas ou garrafas espalhadas.Tão pouco tapete.  Não há sabor de sinos nem sons de poeira.É hora de acordar.

Via ciclo

As estrelas se escondem por entre as nuvens que agora fazem sentido.Uma criança,eles tinham razão!Embora eu não escutasse ouvi as folhas sussurrando o que deveras...
Inocência, não.Infantilidade!Embora infantil, dissera capaz.Capaz??
Sagacidade: Aptidão para apreender ou compreender as coisas por simples indícios....
De fato nada se faz tão simples mas decifre...
Aquela flor da qual refere-se,acalme e calma!
Apodrecer e apedrecer fazem parte do ciclo : um dia tudo volta à brotar.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

(M)água

Flutuo no azul,
Deitada de braços,bruço
e pernas abertas
Escorrego para entre as estrelas
Caio!
Um poço as avessas
Ao contrário lê-se
O começo é só o fim
mas por favor,troque as palavras!
faça como quiser...
Deitada...
De concreto resta o chão.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Caça à puerícia....

"Eu apenas queria que você soubesse 
Que aquela alegria ainda está comigo 
E que a minha ternura não ficou na estrada 
Não ficou no tempo presa na poeira 

Eu apenas queria que você soubesse 
Que esta menina hoje é uma mulher 
E que esta mulher é uma menina"
(Gonzaguinha). 




O tempo estragou aquele rosto de menina que você conheceu.
Aqueles olhos brilhantes começaram à baixar,quando foi mesmo que a viu pela ultima vez?
Alguns dizem que os sonhos mudaram,envelheceram.Outros que eram jovens para demasiada idade.
Ela diz que os guardou naquela caixinha de musicas de seu começo - agora empoeirada e velha. Dentro dela, há uma borboleta presa que nunca para de bater as asas e aquela sinfonia toca quando precisa escutar sua infância novamente.Sempre toca.Sempre tocava.
- É como procurar a inocência, em meio à todos aqueles agulhados anos. 



"Sempre assim
Cai o dia e é assim
Cai a noite e é assim
Essa lua sobre mim
Essa fruta sobre meu paladar
Nunca mais quero ver você me olhar
Sem me entender em mim."

(Flávio Venturini).


terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Mensagem de amor

Rabisco agora toda a saudade que move as pontas dos dedos à escrever.
Rabisco todos os dias. Ainda não encontrei borracha que apagasse.
Rabisco com sincera pouca vontade de esquecer.
Rabisco lembranças, defectivo.
Rabisco o desejo de gritar.
Rabisco,rabisco,rabisco.
Se pudesse, escreveria.